sábado, 1 de janeiro de 2011

2011, pode vir.

"Acorda, Stè, acorda." Abri os olhos assustada. Havia uma pessoa sorridente sentada na minha cama, com olhar carinhoso.

Fiquei alguns segundos sem entender, achando que era sonho. "Stè, acorda! Que saudade! Sou eu, a Gi!". Meu coração deu um salto, levantei e a abracei forte. E foi assim que 2011 começou, às 6h da manhã.

Gi foi uma grande amiga na pré-adolescência, na fase em que todo mundo precisa dividir as angústias causadas pelas mudanças. Tudo parecia mais grave e mais definitivo. O tempo era o "agora", não tínhamos idéia da vida que tinha por vir. Nosso mundo era o colégio, nossos grandes amores eram os ídolos pop, dependíamos da aprovação dos outros alunos e puxa, um dia longe de uma amiga era uma eternidade. Quantas novidades! Passávamos o dia inteiro juntas, na aula, na casa uma da outra. À noite, ela dormia na minha casa, para termos tempo de conversar tudo. Hoje me questiono, o que tanto tínhamos a contar?

Foi a Gi quem me ensinou o que é amizade. Éramos como irmãs. Matávamos aula, compartilhávamos segredos, sabíamos sobre as paixonites. O primeiro "único" amor, o primeiro beijo, a primeira decepção, tudo com ar de eterno. Ah, acrescento que foi a Gi quem me convenceu que o A.J. era o Backstreet Boy mais bonito.

Infelizmente, cabeça de (pré)adolescente é vulnerável, manipulável. Outras pessoas fizeram intriguinhas e acabamos por nos afastar. Cada uma foi para um lado, mas o carinho permaneceu, nós sabíamos.

Mudamos de colégio, ela com os amigos dela, eu com os meus. E é uma época em que não se tem amigos fora do "grupinho". Certa vez até recebi uma carta dela, mas era imatura demais p'ra correr atrás e recuperar o que tinha se perdido. Me arrependo, claro. Porém, não posso exigir que, aos 12 ou 13 anos, eu tivesse a mesma atitude que teria hoje.

Então se passou dez anos. Nesse ínterim, eu soube que ela estava grávida. Quase fui visitá-la, porque ainda tinha um imenso carinho por ela, queria ver o bebê, compartilhar aquela alegria, viver aquele momento. Mas temi que ela já tivesse me esquecido ou, pior, ser mal compreendida.

E, hoje, 1º dia do ano, às 6h da manhã, ela apareceu na minha casa para me dar um abraço, dizer que sentiu minha falta.

Sinal de que 2011 será um ano maravilhoso. Sim, eu acredito em sinais.

Um comentário:

  1. arrepiei. umas das amigas mais marcantes da minha adolescencia tb era Gi...

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