quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Retrospectiva.


Comecei este blog contando como foi o meu Réveillon e mostrando-me cheia de expectativas para 2011. O ano anterior tinha sido incrível e eu esperava o mesmo deste. Por isso, me parece adequado fazer um balanço do que passou.


Costumo dizer que daria replay eterno em 2008. E sigo com essa vontade. Isso porque 2008 foi o ano mais inconseqüente que vivi. Minha vida social foi intensa e foi quando dei passos importantes rumo à minha liberdade. E liberdade é o requisito indipensável para minha felicidade. Fiz algumas besteiras, é bem verdade, mas eu poderia sim viver aquele ano em looping.


2011? Eu não daria replay. Mas digo: foi o melhor ano que vivi até então.


Foi a época em que mais cresci, em todos os âmbitos da minha vida. Estou muito longe do meu objetivo, mas é a primeira vez que me sinto no caminho certo. É a primeira vez que me percebo como um rascunho de quem almejo ser.


Chorei muito, sofri bastante, diminui drasticamente o ritmo das festas que vinha fazendo desde a adolescência. Não ganhei um centavo, não consegui emprego, prestígio ou diploma. Talvez não tenha feito nada para ser lembrado ou admirado pelos outros.
Mas aprendi, esse ano, mais do que nos últimos dez.


Me apaixonei e me desapaixonei incontáveis vezes, conquistei e fui conquistada, intensifiquei o auto-conhecimento, me livrei de tabus, rompi barreiras, me libertei de travas, criei laços, superei complexos, encarei meus traumas.


Não me livrei das minhas revoltas e descontentamentos com o mundo, pelo contrário, eles cresceram. Bom sinal, pois compreendi que não eram sem razão, não eram delírio. Encontrei outras pessoas dispostas a me dar a mão e mudar o sistema, pessoas que compartilham de pensamentos como os meus. A vida passou a fazer sentido.
Não só estou vendo as mudanças que quero, como estou ajudando a construí-las. Minha ausência de auto-estima jamais permitiu acreditar que, um dia, sentiria orgulho de mim mesma.


O que eu cresci não pode ser substituído nunca. Então por que não quero dar replay? Porque eu quero mais crescimento, outros aprendizados. Eu posso ir vinte vezes na melhor festa da minha vida, mas me basta uma melhor aula. Em vez de querer repetir, o que seria inútil, quero as próximas. Pode vir, 2012!


Só eu posso ver, valorizar ou aproveitar o que 2011 me trouxe. É tudo subjetivo, abstrato e, justamente por isso, enriquecedor.

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